USO DE CORTICÓIDES EM ANIMAIS

(por Andrea F. Nagelstein) Muito ouvimos a favor e contra o uso de corticóides. Em que acreditar? Embora excelentes antiinflamatórios, a utilização de corticóides deve obedecer critérios rígidos, ou seja, trata-se de uma medicação que só deve ser utilizada quando prescrita por profissionais pois seu uso indiscriminado pode causar sérias complicações.

Os corticóides são administrados de várias formas. Podem ser administrados por via oral, tópica ,ocular , de forma injetável, inalada.. Cada caso é um caso e, se houver necessidade de utilizar corticóides no seu tratamento, o veterinário te informará qual a melhor forma de administração para o caso de seu animal.

Conhecendo as ações dos hormônios corticosteróides, fica mais fácil compreender seus principais efeitos colaterais, em especial quando utilizados de forma sistêmica por via oral (comprimidos e xaropes) ou injetável.

O Cortisol é um hormônio lipídico derivado do colesterol, fabricado pelas glândulas adrenais e supra renais. Este é o dito cortisol endógeno. Possuem ação benéfica ao metabolismo como um todo.

Já todo o corticóide utilizado nos pacientes são os Exógenos. Toda vez que é introduzido no organismo há uma alteração na produção natural. E há longo prazo, poderá acarretar em atrofia glandular(adrenal).


Corticóides usados de maneira adequada
são medicamentos seguros, úteis e confortadores, Quando bem utilizados podem trazer benefícios e conforto ao paciente

Porém alguns proprietários e veterinários as utilizam de maneira inadequada provocando um total desequilíbrio ao organismo

USO INADEQUADO:

• Uso por conta própria e sem orientação médica.

• Utilização repetida de injeções de depósito (ação prolongada).

• Evitar corticóides a todo o custo e só usar quando a crise já for muito grave. “CORTICOFOBIA”

• Usar baixas doses por tempo longo ou modificar a prescrição do médico por medo de efeitos colaterais


Mas então porque utilizar o “maldito corticóide”?

Inúmeras doenças são controladas com eles, como Dermatite Atópicas ( em crises iniciais), Doenças auto imunes( Penfigos, Lupus..)

Reações anafiláticas e de Hipersensibilidade imediata,

Exs: asma, rinite, urticária, eczemas, farmacodermias


Eis abaixo algum dos tantos efeitos colaterais quando mal utilizados:

• Ação antinflamatória e imunossupressora, o que torna o animal mais propenso e vulnerável a infecções;

• Ação hiperglicemiante, ou seja, predispõe o animal a diabetes mellitus;

• Alteração na massa muscular, por interferir no metabolismo proteico e lipídico;

• Diminui a síntese de colágeno, comprometendo a cicatrização, e tornando a pele mais delgada, aumentando a susceptibilidade a lesões por traumatismos;

• Diminui a absorção de cálcio intestinal, incorrendo em osteopenia;

• Promove aumento da sede, apetite e da quantidade de urina excretada;

• Leva a letargia, fadiga e apatia;

• Induz a cios irregulares e alterações na libido de machos e fêmeas;

• Alopecia, pele fina com aumento da pigmentação, calcinose (depósito de cálcio em várias partes orgânicas);

• Dependendo da classe, aumento da pressão arterial, pela atividade mineralocorticoide;

• Promove alterações hematológicas e na bioquímica sérica;

• Predispõe a catarata, glaucoma e atrofia de retina;

• Pode levar a síndrome de Cushing.


Sabe aquela injeção milagrosa que o Veterinário aplica em seu animal??.....CUIDADO!! As ditas injeções antialérgicas possuem um efeito imediato, mas nada mais são que corticóides de depósito, os mais danosos para o organismo. Questione sempre! Os corticóides de depósito, injetáveis, podem durar 6 meses no organismo.

Sempre preferir os corticóides por via oral, como as prednisona/prednisolona. Seguir orientações do profissional sempre. Somente ele saberá como manejar com dosagens, assim como realizar a redução gradual do fármaco.

Não sou contra o uso de corticóide! Esse texto é apenas um alerta e um pedido para os proprietários seguirem as orientações do profissional que está assistindo o animal, e aos profissionais , para lembrarem de usar com sabedoria este fármaco.
(Dra. Andrea F. Nagelstein) 

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