sábado, 27 de abril de 2013

Testes de alergia para cães atópicos


“Doutor(a): A que meu cão é alérgico”?
Testes de  Alergias 
(por Dra. Andrea f. Nagelstein)  O teste alérgico é indicado para animais já diagnosticados com Dermatite Atópica (DA) com o intuito de  saber  quais  substâncias presentes no ambiente desencadeiam a alergia no animal, afim de  minimizar sua exposição a estas substâncias e também iniciar um tratamento com vacinas antialérgicas (imunoterapia).
Eles não servem para diagnosticar a Dermatite Atópica, pois animais saudáveis podem também apresentar IgE aumentados.

Mas o que adianta apenas saber a que o animal é sensível, não é mesmo?´
 Por exemplo... 
O pet é reativo a grama.. não deixá-lo que pise na grama ? Impossível! 
Alergia a ácaros? Bem, a maioria dos cães vivem hoje em ambientes intra domiciliados, e aqueles predispostos à dermatite atópica acabam reagindo à ácaro. Estes muito difícil de erradicar.

Podemos então confeccionar uma vacina para dessensibilizá-los à alérgenos de seu meio ambiente através da Imunoterapia alergo-específica (ASIT).
A imunoterapia é um  tratamento a médio longo prazo, que permite em muitos casos amenizar os sintomas de alergia e em uma parcela de animais até promover a cura da alergia

Os TESTES:  
Existem atualmente dois testes alérgicos que podem ser realizados em cães com dermatite atópica, o teste sorológico e o teste cutâneo( intradérmico ou Prick test) 

Qual optar?


Teste intradérmico baseia-se na aplicação direta na pele de substâncias indutora de alergia, por meio de injeções intradérmicas. Este teste permite avaliar se o animal apresenta moléculas do anticorpo IgE aderidas na superfície de mastócitos sensibilizados na pele. 
Teste Prick (puntura) 
O "Prick Test" é um teste de puntura, uma ferramenta prática e indolor para averiguar a presença de alérgenos de fundo ambiental ( pólens de gramíneas, ácaros , fungos ambientais ..) que podem também precipitar a dermatopatia do paciente






Ambos testes cutâneos permitem avaliar as reações que estão acontecendo diretamente na pele, órgão alvo da alergia. 
É considerado um teste bastante específico (valor preditivo positivo alto), Entretanto, é um teste pouco sensível, isso significa que animais alérgicos podem apresentar teste negativo. Ou seja, podemos confiar nos resultados positivos, mas os resultados negativos podem ser na verdade falsos negativos. Mensuram hipersensibilidade do tipo 1( imediata). Mas devemos ter em mente que  existem as alergias de fase tardia que envolvem a D.A , ou até mesmo as alergias não igE - dependentes, que se for o caso do paciente testado , o resultado destes testes será negativo.

Exige suspensão de algumas drogas previamente , como por exemplo:

 Anti-histaminicos: 10-14 dias

Corticoides tópicos e de curta duração:  min 3 semanas

Corticoides de Longa duração: 6 a 12 semanas média 8 semanas

A suplementação com ácidos graxos essenciais, pelo fato de suprimirem a produção de células mediadores da inflamação devem ser interrompidas por 2 semanas antes do teste(2).

 Teste sorológico por sua vez,  detecta a presença de moléculas do anticorpo IgE no sangue.
São bastantes sensíveis, porém são pouco específicos, isso significa que nem toda reação positiva é realmente relevante no quadro alérgico que o animal tem. Algumas das reações positivas no teste sorológico podem ser na verdade falso positivas
Entretanto, por ser um teste bastante sensível podemos confiar que os resultados negativos são negativos de verdade.


Um comparativo



Teste sorológico
Teste  cutâneo
Idade mínima
1 ano
1 ano
Interferência de medicações
Não
Sim
Sensibilidade
Alta
Baixa
Especificidade
Baixa
Alta
Facilidade
Fácil de ser executado
Exige experiência
Sedação
Não
As vezes
Prick test: não é necessário


Por isso,
Vale a pena revisar a literatura e acrescentar alguns dados para que estejamos cientes sobre as variantes e que o teste seja o mais fidedigno possível.

Ambos os testes apresentam vantagens e desvantagens, que devem ser avaliadas  juntamente com o histórico do animal para a escolha de qual teste possa ser empregado. Não existe um teste melhor que outro.  A escolha dependerá de cada caso e viabilidade para o paciente em questão. 

O ideal seria realizar os dois testes , primeiramente o Teste cutâneo,  e na negatividade de reação à algumas substâncias , testar com o Teste Sorológico para avaliar seus os resultados positivos . A partir dos resultados correlacionar com a rotina do animal e sua história clínica de exposição aos alérgenos identificados nos testes selecionando os alérgenos relevantes .  Desta forma se tem um resultado mais promissor da vacina / ASIT.
Porém nem sempre é possível financeiramente a realização de ambos os testes. 

Converse com o Médico veterinário dermatologista. Este te indicará os procedimentos  e condutas mais iadequadas para seu pet atópico( as orientações são individuais)

Lembrando :

o controle da D.A não se dá SOMENTE com a imunoterapia. esta é mais uma ferramenta para dessensibilização dos alérgenos ambientais. leia mais em "diagnóstico da Dermatite atópica" sobre outros fatores desencadeantes da D.A 


Dra Andrea F. Nagelstein 
www.pelepet.blogspot.com

P.S: seja gentil , faça referência à página ao compartilhar a matéria 
(www.pelepet.blogspot.com)
















sexta-feira, 26 de abril de 2013

Dermatite Atópica X Ciclosporina

USO DA CICLOSPORINA NA TERAPIA DE DERMATITE ATÓPICA

Maria Virgínia de Freitas Barbosa Lima1, Evilda Rodrigues de Lima2, Michelle Suassuna de Azevedo Rêgo3, Daniela da

Silva Pereira4, Ivany Raquell Martins de Araújo4, Carolina Carvalho dos Santos Lira4, Magda Lorena Batista Freitas4,

Wanessa Michelle Silva4, Kath Freire de Vasconcelos.


A atopia é uma doença geneticamente programada

de cães, em que o paciente torna-se sensibilizado a

antígenos ambientais que, nos animais não atópicos,

deixam de criar doenças, [1]. Além disso, a atopia foi

definida como doença reagínica mediada por

anticorpos [2].

A patogenia da dermatite atópica é complexa e ainda

têm surgido novos conceitos a respeito de sua etiologia.

Em seres humanos, demonstrou-se que a doença esta

associada a uma elevada ativação de linfócitos T,

células de Langerhans hiperestimulatórias, imunidade

mediada por células defeituosas e superprodução de

células B IgE. Alem disso, contribuem para a dermatite

uma capacidade anormal de resposta bioquímica e a

liberação de mediadores pelos monócitos, mastócitos e

eosinófilos [3].

É possível ainda que a inflamação cutânea se

autoperpetue, em função da continuidade das

arranhaduras e das alterações secundárias na pele,

mesmo na ausência do alérgeno[4].

De modo geral, os sinais clínicos da dermatite

atópica são observados pela primeira vez quando os

animais estão tem entre 1 e 3 anos de idade. Entretanto,

a doença tem sido observada inicialmente em animais

bem jovens, aproximadamente 12 meses de idade e nos

bem velhos aproximadamente 16 anos. Caso surja

sensibilidade a polens, a condição provavelmente é

sazonal. Entretanto, muitos animais exibem doença

perene, refletindo assim a importância da alergia a

ácaros da poeira doméstica e ao pó doméstico [4].

Clinicamente os animais apresentam prurido, embora

a intensidade do mesmo possa variar durante alguns

períodos, bem como de um animal para outro, eritema e

alterações secundárias na pele, como hiperpigmentação

e liquenificação, podem ser encontrados no espaço

interdigital , nas orelhas, ao longo do ventre, no

períneo, na axila e na face. Dependendo do grau da

duração e do grau da inflamação, pode ocorrer alopecia

em qualquer uma das áreas acometidas. Muitas vezes,

ocorrem infecções secundárias [4].

Para que se firme o diagnóstico de atopia, devem ser

afastadas as possibilidades de dermatite alérgica a

picadas de ectoparasitas (DAPE) e alergia alimentar (AA).

Pode-se dispor de testes sorológicos de detecção de IgE no

soro de pacientes. Segundo [5,6] esses testes não são

efetivos para um diagnóstico definitivo de DAPE, da AA

ou da atopia.

Mediante uma dermatopatia alérgica, deve-se avaliar a

possibilidade de presença de pulgas, carrapatos ou de

infestação do paciente avaliado. Se os animais

apresentarem parasitas, estes devem ser eliminados por 40-

60 dias, havendo melhora do quadro lesional e do prurido,

confirma-se o quadro de DAPE; caso não haja melhora

deve-se alterar a dieta do animal por oito a treze semanas,

utilizando ração comercial com proteínas hidrolisadas ou

comida caseira com fontes de proteínas desconhecidas pelo

organismo. Caso o paciente não melhore após a dieta, fica

estabelecido o diagnóstico de atopia, conforme [5,7].

Se o diagnóstico de atopia for firmado o quadro será

insolúvel, por tratar-se de doença genética [5]. Os

mecanismos da dermatite atópica ainda não são totalmente

definidos, porém sabe-se que a patogenia da atopia envolve

um defeito na barreira epidérmica, que pode provocar

maior contato entre o SIC (Sistema imunológico cutâneo) e

antígenos ambientais; sensibilização maior das células de

Langerhans; maior ativação de linfócitos T; reação de

mastócitos, IgE e liberação de mediadores como histamina

e diferentes interleucinas [6].

Esta complexa interação resulta em sintomas como

inflamação e congestão, que promovem eritrema e prurido,

levando a escoriações e maior exposição a microrganismos

oportunistas como bactérias e leveduras, e finalmente

oferecendo processos secundários de disqueratinização,

malasseziose e foliculites bacterianas, levando a um

controle difícil da sintomatologia, gerando processos

crônicos e diminuindo a qualidade de vida [7, 8].

Na tentativa de substituir os corticosteróides, a

ciclosporina tem demonstrado ótimas propriedades

antialérgicas, pois inibe a função das células que iniciam a

reação imunológica (i.e. Langerhans e linfócitos) e das

células que efetuam a resposta alérgica (mastócitos e

eosinófilos) e diminui a liberação de histamina e de várias

citocinas por todas as células citadas, além de

queratinócitos.

Referências

[1]MULLER, GEORGE H. dermatologia de pequenos animais ed

Interlivros, Rio de Janeiro, 1996. pg 403.

[2]HALLIWELL, R. E. W., GORMAN, N. T.: Clinical and

immunological aspects of allergic skin diseases in domestic animals,

1990, p. 91.

[3]HALLIWELL REW, Preston SF and Nesbitt JG , Aspects of the

inmunopathogenesis of flea allergy dermatitis in dogs. Vet. Immunol and

ammunopathol, 17: 483-94

[4]HARVEY,R.G. Manual colorido de dermatologia do cão e do gato.

Ed. Revinter, 2004. pg 20

[5]OLIVRY, T.; treatment of canine atopie dermatitis with cyclosporin: A

pilot study. Veterinary Record, v. 148, p. 662-663, 2001.

[6]SCOTT, D.W.; MILLER Jr.; W. H; GRIFFIN, C. G. Small animal

dermatology. Philadelphia Sauders, 2001. 1528p

[7]NESBITT, G.H.; ACKERMAN, L.J. canine and feline dermatology.

New Jersey, Veterinary Learning Systems, 1998, 517p.

[8]WILKINSON, G.T.; HARVEY, R.G. Small animal dermatology – a

guide to diagnosis. 2. ed, London, Mosby-Wolf Publishing, 1994, 304p.



Células Tronco X Dermatite Atópica

Células Tronco em Dermatite Atópica como Estímulo do Potencial de Neoangiogênese


As lesões cutâneas da dermatite atópica são caracterizadas por alterações inflamatórias e por hiperplasia epitelial que necessitam de angiogênese. As células tronco podem participar deste processo através da secreção bidirecional de enzimas lesivas ao tecido e de fatores pró-angiogênicos. Em um estudo publicado recentemente na revista Allergy, os autores avaliaram a ocorrência e possível função das células tronco na derme papilar e nas camadas epidérmicas das lesões de dermatite atópica.

Secções seriadas em combinação com imunohistoquímica, histoquímica e análises da atividade do antígeno nuclear de proliferação celular (ANPC) foram utilizadas e relacionadas aos estudos da espessura epidérmica e expressão gênica. As células tronco estavam localizadas na derme papilar e migraram através da lâmina basal para dentro da epiderme das lesões de dermatite atópica. Um aumento da atividade do ANPC nas células das camadas superficiais epidérmicas indicou ativação dos queratinócitos e estimulação do crescimento endotelial.

Apenas 30% das células tronco papilares que permaneceram com a triptase foram positivas para o azul de toluidina e 80% foram quimase positiva. A maioria das células tronco papilar e epidérmica estava localizada próximo às células endoteliais. A expressão vascular de endoglina (CD105) demonstrou processos neoangiogênicos. A estimulação das células tronco levou à expressão de fatores pró-angiogênicos. A expressão gênica de fatores lesivos ao tecido tais como metaloproteinases da matriz também esteve aumentada.

De acordo com os autores, estes dados sugerem que na dermatite atópica, as células tronco estão abundantemente localizadas junto e dentro da epiderme na qual elas podem estimular a neoangiogênese. Através dos novos vasos, as células inflamatórias, junto com os componentes do complemento e anticorpos, podem ser transportadas até a epiderme e auxiliar na defesa contra os antígenos ambientais e manter a inflamação crônica.


Mast cells and vasculature in atopic dermatitis potential stimulus of neoangiogenesis - Allergy – 2005; 60(1):90

Allergy

Volume 60 Issue 1 Page 90 - January 2005



terça-feira, 2 de abril de 2013

Reação a Injeção



Algumas injeções subcutâneas como por exemplo: vacinas, glicocorticóides, antibióticos, progestágenos....podem causar essa alteração dermatológica
Geralmente as lesões são evidenciadas após alguns meses da aplicação.

Sinais clínicos:
-Alopecia focal ovoíde no local da injeção.
-Injeções de glicocorticóides ou progestágenos aplicadas por via subcutânea provocam afinamento da pele/atrofia e hipopigmentação.
-A vacina antirábica provoca edema inicialmente em forma de granuloma ou placa, e posteriormente alopecia e pele lustrosa e hiperpigmentada..
-Em gatos, lesões pruriginosas, ulcerativas, nódulose/ou placas.  Algumas podem evoluir para o Sarcoma vacinal.
-Pode ocorrer alterações de pígmentação da pelagem após o crescimento de novos pelos (FOTO). Em alguns casos não haverá mais crescimento de pelos no local de reação.

Dra. Andrea Fermann Nagelstein

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