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quarta-feira, 25 de julho de 2012
ACNE FELINA
A acne felina é uma dermatose comum em felinos, de origem idiopática, sem predisposição sexual ou racial. Trata-se de um distúrbio de queratinização folicular e hiperplasia glandular que pode ser complicada por infecções secundárias, sejam elas de causa bacteriana, fúngica ou parasitária.
Clinicamente acomete a porção do queixo e inicia-se com a formação de comedos, podendo infeccionar-se e evoluir para foliculite ou furunculose. Geralmente ocorre em gatos adultos ou geriátricos, sendo incomum em jovens, sendo esta uma diferença notável entre a acne felina e as acnes canina e humana, uma vez que estas duas últimas tendem a se confinar à adolescência, podendo ter correlação com a dinâmica de hormônios.
Sua etiopatogenia ainda não é bem elucidada, havendo causa e predisposição multifatorial: alteração do ciclo de crescimento do pêlo, hábito pobre de higienização (grooming), estresse, predisposição seborréica, produção sebácea anormal, imunossupressão e infecção viral crônica concorrente.
A acne felina está associada aos cuidados inadequados (ou à falta de cuidado) do felino, mas pode também ser secundária a demodicose, dermatofitose (Microsporum canis) ou infecção por Malassezia spp.
A natureza cíclica da doença pode estar associada à inabilidade do novo pêlo anágeno de expulsar os plugues queratosebáceos. Infecções bacterianas quando presentes ocorrem secundariamente e associada à ruptura folicular. Uma variedade de bactérias pode estar envolvida como: Streptococcus spp., Pasteurella multocida, Staphylococcus spp. coagulase-positivo, Micrococcus spp., Escherichia coli e Bacillus cereus. Leveduras como Malassezia spp também são comuns. Alguns relatos estão associados à esporotricose. Também podem estar relacionadas com a acne felina a demodicose, dermatofitose e granuloma eosinofílico. Pesquisadores citam também o envolvimento de dermatite de contatocom a acne felina, além de aparecimento inexplicávelde acne felina contagiosa em animais de criatórios.
O diagnóstico é baseado nos sinais clínicos e na exclusão de outras causas como demodicose, malassesiose e dermatofitose. O diagnóstico diferencial deve também envolver atopia (alergia) e, laboratorialmente, a análise histopatológica que é uma ferramenta de grande auxílio na caracterização microscópica da lesão.
Texto cedido pela Dra. Vanessa S.Gheller
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